Como contratar um ilustrador…

Como contratar um ilustrador…


…em sete dilemas simples.
Dilema Nº1: Foto ou ilustração?
Houve tempo em que toda a publi­ci­dade impressa era feita à base de ilus­tra­ções. Hoje em dia, depende.
Embora seja no fim das contas uma briga dura, uma ilus­tra­ção pode por vezes trans­mi­tir uma deter­mi­nada idéia com mais impacto e clareza do que uma foto­gra­fia. A ilus­tra­ção aponta para o lado de dentro do cérebro: ela despe a mensagem de todos os aces­só­rios não-essenciais e concentra-se no que você quer mostrar, dizer, trans­mi­tir. Uma incisão sensorial, por assim dizer – coisa cirúrgica.

Uma ilus­tra­ção pode fazer um mascote melhor, um mapa mais legível, um apelo mais claro. A foto­gra­fia abre, a ilus­tra­ção fecha. Foto­gra­fia é amor, ilus­tra­ção é sexo – o que também quer dizer que podem ide­al­mente conviver uma com a outra sem maiores problemas.
Dilema Nº2: Qual estilo?
Há os ilus­tra­do­res que especializam-se num estilo ou dois e há os renas­cen­tis­tas – que querem abraçar o universo e exploram mútliplas pos­si­bi­li­da­des de estilo e de materiais empre­ga­dos. O melhor ilus­tra­dor é o cara que consegue lidar com o estilo apro­pri­ado à sua mensagem e ainda deixar a coisa com um sabor único e muito pessoal.
Uma xilo­gra­vura, um bico de pena, uma aquarela, uma pintura a óleo ou um desenho a pastel? Cada mensagem exige o seu próprio estilo; um ilus­tra­dor confiável pode ajudá-lo a encontrar o estilo apro­pri­ado para a sua mensagem ou confirmar as suas suspeitas, se você já tiver alguma.
Dilema Nº3: Copyright – ou, de quem é e pra quem fica?
A não ser que fique esta­be­le­cido no contrato, o ilus­tra­dor permanece dono dos direitos de repro­du­ção (copyright) do trabalho que faz. Você em geral compra o direito de usar deter­mi­nada ilus­tra­ção por deter­mi­nado período de tempo e com deter­mi­nado propósito. Se o tempo de uso previsto for pro­lon­gado, ou se você pensar em utilizar a mesma ilus­tra­ção em outro meio, deve voltar ao ilus­tra­dor para discutir uma nova remuneração.
Exceções impor­tan­tes são per­so­na­gens, ilus­tra­ções de emba­la­gens e mascotes, cujos direitos de repro­du­ção um contrato deve prover que per­ma­ne­çam para sempre com você. Fazer diferente pode ser arriscado.
O ilus­tra­dor pode ainda exigir crédito: ou seja, que em algum lugar junto da ilus­tra­ção, onde quer que ela seja usada, uma pequena frase ou assi­na­tura mostrem que foi ele que fez.
Dilema Nº4: Quanto custa?
Digamos que vale mais do que você vai acabar pagando.
Dito de outra forma, uma peça é em geral orçada a partir de dois critérios básicos: (1) com­ple­xi­dade e (2) aplicação.
(1) A com­ple­xi­dade depende do meio empregado (bico-de-pena, aquarela, pintura a óleo) e do grau de realismo da ilus­tra­ção. Quanto maior o realismo, maior a complexidade.
(2) A aplicação mede onde você vai usar a ilus­tra­ção que está pedindo. Aplicação restrita é usar a ilus­tra­ção somente numa embalagem, numa capa de livro ou num cartão de visitas. Aplicação ampla é usar a ilus­tra­ção no seu produto, em cartazes na sua empresa e numa campanha publi­ci­tá­ria com direito a outdoor, peças de jornal e revista e inserções na televisão em rede nacional.
De modo geral, quanto menor a com­ple­xi­dade e menos ampla a aplicação, menos você tem de pagar.
Dilema Nº5: O preço da pressa: o fator “para-ontem”
A pressa é inimiga da nego­ci­a­ção – uma ilus­tra­ção feita para ontem pode custar muito mais caro do que, digamos, uma para amanhã. Depen­dendo do tamanho da pressa e do projeto, um ilus­tra­dor pode sentir-se à vontade para cobrar até 50% a mais do que cobraria em condições normais de tem­pe­ra­tura e pressão. Você também é, natu­ral­mente, livre pra procurar outro ilus­tra­dor que se submeta às suas exigências.
Dilema Nº6: Como saber se vai ficar como eu quero?
Em primeiro lugar, um ilus­tra­dor confiável vai saber dizer se o que você quer é realmente o que você precisa. Ouça o cara.
Dito isso, espe­ci­al­mente em se tratando de projetos grandes e custosos, o ilus­tra­dor pode requerer pelo menos uma remu­ne­ra­ção parcial pelo trabalho que teve, caso você volte atrás no pedido ou resolva não aprovar a coisa.
Em geral, no entanto, você só paga pelo que aprova.
Para evitar a rejeição é fun­da­men­tal um briefing bem passado – isso é, ilus­tra­dor e cliente con­ver­sa­rem até à plena satis­fa­ção sobre o que é preciso ser feito, como e quando. Se você aprovar o esboço que o ilus­tra­dor fez depois dessa conversa, e se ele se mantiver fiel ao esboço, espera-se que você aprove e pague.
Dilema Nº7: Qual é o trâmite?
Como tudo no mundo, a coisa começa com uma conversa sem com­pro­misso. Você e o ilus­tra­dor conversam, discutem estilo, com­ple­xi­dade e aplicação e ele fica de te mandar um orçamento. Aprovado o orçamento e o prazo, o ilus­tra­dor faz um esboço do que tem em mente e manda pra você aprovar. Aprovado o esboço, o ilus­tra­dor faz o que você pediu, manda o trabalho (espera-se, dentro do prazo) e você (espera-se) aprova.
Você ou a sua agência de pro­pa­ganda pagam o ilus­tra­dor, usam a imagem dentro dos limites com­bi­na­dos e ficam ricos e famosos.
Depois todo mundo se encontra pra tomar um cafezinho ou receber algum prêmio numa festa em que ninguém quer ir.
É o preço da fama.

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Fonte: http://www.baciadasalmas.com/como-contratar-um-ilustrador/

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